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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014



O tempo vai passando e percebemos como as pessoas são assustadoras. Mais do que os personagens terríveis da minha infância. Porque naquela época, eu achava que o que assustava mesmo era cara feia, a roupa rasgada e os dentes podres e afiados. Hoje, descubro que não... O que assusta mesmo são os rostinhos bonitos, sorrisos branquinhos e vozes suaves. Mas que por dentro escondem algo tão podre que éimpossível ficar perto quando se descobre a realidade. O cheiro é insuportável. A maldade que este tipo de gente exala é insuportável. São capazes de tudo e pior que isso: para nada. Sem objetivo algum que possa beneficiá-los. Muitas de suas maldades não funcionam para que possam tomar seu lugar profissionalmente ou tirar alguém de sua vida, ou sequer ganhar alguma outra coisa com isso - a não ser alguns minutos de prazer vendo outra pessoa tentando não se afogar no mar de crueldade que o outro criou. É isso que me assusta. Porque os bons são maioria, mas infelizmente os maus ainda fazem muito barulho.

(Camila. H)



"O tempo do casulo é o segredo da borboleta. Não revele o processo, deixe que vejam o resultado."

Mac Anderson

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014


Enquanto trabalho com ar de moça séria e ajuizada, minha cabeça parece uma metralhadora giratória, os pensamentos sendo disparados a esmo: digo ou não digo; fico ou não fico; tento ou não tento? Quem de mim é a sã e quem é a louca, por que ontem eu não estava a fim e hoje estou tão apaixonada, como estarei raciocinando daqui a duas horas, em linha reta ou por vias tortas?  Que controle tenho eu sobre o que ainda não me aconteceu? E sobre o já acontecido, que segurança posso ter de que minha memória seja justa, de que minhas lembranças não tenham sido corrompidas? Quero e não quero a mesma coisa tantas vezes ao dia, alterno o sim e o não intimamente, tenho dúvidas impublicáveis, e ainda assim me visto com sobriedade, respondo meus e-mails e não cometo infrações de trânsito, sou confiável, sou uma doida. E essa constatação da demência que os dias nos impingem não seria lucidez das mais requintadas? É de pirar.”

(Martha Medeiros)


“Ele gosta dela. Não tem mais como fugir. É, dá medo. Ela deve estar com medo também. Gostar é começar o inferno tudo de novo. Mas ela, quem diria, escreve lá no texto que topa. Topa começar tudo de novo.”

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014



Sabe do que mais me orgulho?
De ter um coração cheinho de esperança e sem nenhuma mágoa .

(Mosane)

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014


Ele vacila, mas nunca vai embora. Eu surto, fico monotemática, tenho paranoias a todo minuto, me canso, saio, volto, descanso, a gente briga, mas ele não vai embora. Tenho crise de TPM, crise de ciúme, crise de neurose, crise de carência e ele ali. Eu mudo o cabelo, a roupa, a maquiagem, o esmalte, os piercings, os sapatos, os sonhos, a vida, engordo, emagreço, a gente briga outra vez, ele continua. Entra e sai gente da minha vida a todo instante, gente que eu nem esperava, menos ele. Outros caras são mais gentis, carinhosos, me mandam flores e me enchem de atenção e elogios. Me deixam maravilhosamente bem por alguns dias contados, não mais que isso. Mas ele, do jeito completamente torto dele, sempre fica. Do jeito lindo dele, sempre. Ninguém nunca tinha ficado antes. É por isso que eu fico também.

(Marcella. F)



Eu penso que ser sincera é uma coisa tão natural, tão mais fácil, que acho que todo mundo sempre fala a verdade pra mim também. E esqueço o quanto as pessoas sentem prazer em complicar tudo. É a minha mania mais perigosa de todas, confiar. Confio mesmo, até você me provar que não vale a pena, não vale o risco. Aí eu nunca mais vou ser a mesma. Viro, na melhor das hipóteses, sua colega bem distante e não é por mal, é meu reflexo. Pra completar, minha outra mania chata é perdoar. Não guardo mágoa de ninguém, não porque não quero, só não consigo. Juro que não quero ver a pessoa nem pintada de ouro, até ela vir com o rabo entre as pernas e pedir desculpas, simples assim. E mesmo que muitas pessoas que passaram pela minha vida tenham traído a minha confiança, não acho justo punir quem tá chegando, pelo crime de quem já foi. Nessa, quase sempre quem paga a pena sou eu, mas eu durmo bem de noite e é isso que importa. Ás vezes eu fico aqui querendo perguntar pras pessoas "E aí, de tudo que você já me disse, o que era verdade? Só pra saber...". Mas não ia fazer diferença, então deixo as verdades e mentiras assim mesmo, misturadas, eles com suas coleções de máscaras e eu sempre tão exposta. Mas quer saber minha recompensa? Quem gosta de mim, quem tá do meu lado, tá por mim do jeito que eu sou, sem enganação. Amam a mim e não uma personagem. E, no fim das contas, ser enganada fica muito pequeno, porque os maiores enganados são eles mesmos e é uma pena. No meio de tantas máscaras, uma hora o rosto real se perde e tanta coisa se perde junto. Não sei se pode-se atribuir a mim a faixa de ingênua nessa história toda, como sempre é atribuído. Mas eu aceito e lamento. Que percam-se.

(Marcella. F)

Você acreditava em coisas bonitas, pessoas bonitas, amor vencendo tudo. Era quase um personagem caído de um conto de fadas e isso sempre me assustou. Tão puro, tão exposto. Mas como poderia dar certo, eu tão tempestade, você tão brisa? Com que eu iria me irritar, se não com tuas coisas boas em excesso? Como eu ia brigar e ter crise? Ia ser injusto todos os dias. Você se doando e eu só recebendo. Eu tinha a sensação de que fui verificar minha conta corrente e tinha milhões depositados. Não me pertencia, depósito errado. Não que eu mereça menos que isso, me entenda, o dinheiro só não era meu, não fiz nada em troca disso e nem podia fazer. Não tinha amor, pele, tinha eu ali só porque qualquer garota teria sorte em estar ali, então eu ia ficando. Não aguentei o peso de segurar sua felicidade, tão idealizada e merecida. Não suportei ser a princesa paparicada, teu amor inteiro e sem cobranças. Não aguentei ser teu sonho realizado, porque sempre me achei confusa demais pra ser sonho de alguém. Pesadelo, talvez. Sonho é muita paz, muito você e eu não cabia nisso tudo. Foi assim que eu fui embora da melhor pessoa que eu já conheci. E, por mais egoísta que pareça, pensei mais nele do que em mim. Conto de fadas é tudo que eu não acredito. Ninguém precisou se corromper, rompemos. Se tem algum cara, que tenha passado pela minha vida, e eu desejo sinceramente tudo de melhor nessa vida, é ele. Já o disse, acho que ele não acreditou muito e eu entendo. Quem vê de fora ou até ele, me aponta o dedo e diz com todas as letras que eu não dei valor e ele nunca mereceu isso. Minhas amigas apelam pro "Eu te avisei que isso não ia dar certo", mas não abrem mão do "ele nunca mereceu". Dei valor sim, que fique claro. O suficiente pra deixar ele encontrar alguém melhor que eu. Percebe o tamanho disso? Eu tentei, juro mas, na verdade, eu que nunca mereci.

(Marcella. F)


Faça o que você ama, e que se dane o resto. Respeitando o caminho dos outros, só importa o seu próprio caminho. Amém.


A gente tem que parar com esse negócio de ter medo. Medo de dar passos maiores que a perna... Quem foi que disse que você não consegue? Quem foi que disse que não é pra você?!

(Elenita. R)

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

 
Nunca precisei fingir que sou uma pessoa boa. Nunca precisei fingir que eu não to nem aí quando eu to mais aí do que aqui. Não faz meu tipo. Me esforço às vezes pra ser romântica, pra acreditar nos planos. Pra acreditar nas pessoas. Nunca chorei pra convencer. Talvez porque não faço questão de convencer. Ou, como você mesmo diz, sou direta. Fria. Seca. É. Nada disso é novidade pra ninguém. É só o meu jeito.
 
(Brena Braz)

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

 
Não gosto de relações de fachada. Não quero e não vou fingir sorriso para agradar. Não vou engolir a seco o que penso para parecer simpática. Não adianta. Eu não diminuo o que sou para caber em rótulos e modelos perfeitos (ou quase) de relação forçada. Não vou falar 'amém' pra quem diz uma coisa na minha frente e age de forma diferente pelas costas. Não confio. É fácil julgar-se ser exemplo a ser ...
seguido, é fácil ditar regras e esperar que o mundo todo obedeça os seus limites e tabus malucos, difícil mesmo é ter humildade de reconhecer que nem sempre as coisas são como a gente pensa. Cada qual escolhe o caminho que quer percorrer e o que nos cabe é respeitar. Não confio nessas relações comercial de Becel. Não cola. Você veste a imagem deturpada de perfeição e tenta convencer o meio que ali, tudo é encantadamente mágico. Me poupa. Existem erros que não são ditos, existem medos que são alimentados pela prepotência de julgar-se melhores que os outros, existem conversas fiadas e depois uma lista interminável de julgamentos. Conheci pessoas que na frente agem de forma politicamente correta, seguindo normas, leis e etiqueta, mas basta virar as costas e começam a apontar o dedo e condenar as atitudes alheias. Isso me assusta. Até que ponto um sorriso é sincero? Até que ponto a palavra amizade é levada a sério? Até que ponto somos todos iguais? Me diz? Que droga de pensamento é esse que te capacita a dosar e controlar o sonho do outro? Que poder é este que te dá o direito de ditar um mundo a parte e esperar que todos dancem conforme a sua música? Poxa, o mundo não gira ao redor do seu umbigo, dos seus valores e das suas expectativas. Liberte-se deste quadradinho perfeito e falsificado que criou de uma vida perfeita. Desce do pedestal e se joga pra viver de verdade.

 
Acredito no amor, apesar de o amor não acreditar em mim. Valorizo as pequenas coisas, como o chocolate no fim da tarde e o almoço no meio do dia. Valorizo a boa intenção. A boa fé. Acredito nas palavras do coração pra fora. E nos sentimentos do coração pra dentro. Acredito em tudo que vem de dentro da alma. Acredito no agora e desconfio – muito – do futuro. Desejo o bem pra quase todas as pessoas que conheço. Acredito no desejo. Acredito na vontade que faz acontecer. Acredito que tudo que queremos de verdade acontece. Não acredito em signos, cartas e tarô. Respeito todas as crenças. Acredito no amor que dura uma vida inteira. Desconfio do amor que dura uma noite. E respeito todas as formas de amar.
 
(Brena Braz)

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

 
E pode apagar as luzes sem medo …
Porque o sol interno está aceso.

Marla de Queiroz