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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011



Amor é procurar cabelos para completar as mãos, é procurar o que não se viveu para contar. É esperar o sol aquecer o lado ileso da cama. É não apagar direito a ausência, a letra, o cheiro. É insistir com respostas sem as perguntas. Adiar o amor ainda é cumpri-lo. Fingir que não se sente é exercê-lo. O amor devora os sobreviventes. Não lembra do pente, da navalha, da tesoura de unhas, do jornal, do abajur. O amor não lembra do que precisa. Amor é não precisar de nada. É precisar do que acontece depois do nada, ainda que não aconteça. O amor confunde para se chegar ao mistério. Embaralha para não se ouvir. Perde-se no próprio amor a capacidade de amar. Amor é comer a fruta do chão. O chão da fruta. O amor queima os papéis, os compromissos, os telefones onde havia nomes. O amor não se demora em versos, se demora no assobio do que poderia ser um verso. O amor é uma amizade que não foi compreendida, uma lealdade que foi quebrada. O amor é um desencontro por dentro.
(.Carpinejar)


Eu te escolhi.
Outros me olhavam, outros pareciam talvez

até um pouco mais interessantes, mas eu escolhi você.
Que esquisito, eu já havia escolhido outros outras vezes.
Dessa vez tudo foi diferente, dessa vez não era tão simples assim,
dessa vez havia um diferencial tão complexo:
você me escolheu também.'
'A consciência de amar e ser amado
traz um conforto e riqueza à vida que nada mais consegue trazer.'

terça-feira, 25 de janeiro de 2011


Liberdade na vida é ter um amor pra se prender. A gente reclama muito da dependência, mas como é maravilhosa a dependência, confiar no outro, confiar no outro a ponto de não somente repartir a memória, mas repartir as fantasias. Confiar no outro a ponto de esquecer quem se foi assim que o outro esteja junto, é talvez chegar em casa e contar seu dia e só sentir que teve um dia quando a gente conta como foi. É como se o ouvido da outra pessoa fosse nossos olhos. Amar é uma confissão. Amar é justamente quando um sussurro funciona melhor que um grito. Amar é não ter vergonha de nossas dúvidas, é falar uma bobagem e ainda se sentir importante. É lavar louça e nunca estar sozinho. É arrumar a cama e nunca estar sozinho. É aquela vontade danada de andar de mãos dadas durante o dia e de pés dados durante a noite."

(Fabrício Carpinejar)
 
 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011


'E me pego sorrindo, sozinha.
E me pego nem aí para todo o resto.'

Tati Bernardi

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011


Ela: Se eu ficar feia?
Ele: Eu fico míope.
Ela: Se eu ficar triste?
Ele: Eu viro um palhaço.
Ela: Se eu ficar gorda?
Ele: Eu quebro o espelho.
Ela: Se eu ficar velha?
Ele: Eu fico velho junto.
Ela: Se eu ficar rouca?
Ele: Eu fico surdo.
Ela: Se eu ficar chata?
Ele: Eu te faço cócegas.
Ela: Se eu não te amar mais ?
Ele:Todos os dias eu te conquisto novamente.



"Você diz que ama a chuva, mas você abre seu guarda-chuva quando chove. Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha. Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra. É por isso que eu tenho medo. Você também diz que me ama."

terça-feira, 11 de janeiro de 2011



Houve um tempo que quis voltar, e pela primeira vez a minha impulsividade não falou mas alto, pensei, pensei, e decidi não voltar. Amo meu sertão, mas não consigo ser tão feliz lá, não da mesma maneira que sou em Recife. No meu sertão existe muita gente boa, pessoas humildes de coração grande. Lá tem também a minha família, que amo incondicionalmente, que sempre está do meu lado, me apoia e é o meu alicerce. Mas infelizmente existe também muita inveja, existe pessoas de coração pequeno, mesquinha, e que se incomoda com a felicidade e com a boa vida do outro. E apesar de amar muito o meu sertão, não quero passar a vida toda sem saber em quem confiar direito, onde se fala A e a pessoa entende B. Onde a boa intenção sempre é mal interpretada, onde o bem existe dentro de poucas pessoas e por esse e muitos outros motivos, acho que não conseguiria viver assim, sem saber em quem confiar, sempre tendo medo de falar, pois nunca se sabe se a pessoa mas pra frente, pode usar ou não aquilo contra você. Então acho melhor continuar onde estou, pois lá sei que jamais serei prejudicada, lá tem pessoas que sempre estará do meu lado em qualquer situação, e a traição não faz parte do meu convívio diario, lá sei que posso ser sempre eu mesma, lá posso falar minhas besteiras, lá posso ser essa criança de vinte e poucos anos, e sei que os conselhos sempre vão ser para o meu bem. Não quero jamais está em uma roda de "amigos", onde depois de meia hora vão sair falando mal. Claro que tenho pessoas que confio cegamente lá, mas a minha felicidade e o meu bem estar, não está no meu sertão, nada fale a minha paz e a minha tranquilidade, e infelizmente esses dois não me acompanha quando resolvo pegar o ônibus e ir visitar pessoas que são importantes pra mim lá na minha cidade. Quero paz, sossego, tranquilidade, viver bem, sem olho grande me cercando. Sei também que preciso tomar certas atitudes, sei que preciso fechar alguns capítulos. Mas tudo tem o momento certo, e ando desconfiada que o meu é agora. Amo meu sertão, mas não é lá que mora a minha paz.

(Mosane)


"Estou decidido a fazer uma mudança completa na minha vida. Estou com 27 anos e é tempo de fazer alguma coisa. Já descobri que se existe uma palavra capaz de definir a minha atitude ela é só uma: covardia. Fico me perdendo em páginas de diários, em pensamentos e medos, e o tempo vai passando. É covardia, sim. receio de enfrentar a vida cara a cara. Porque descobri que não me busco, ou se me busco é sem vontade nenhuma de me achar, mudando de caminho cada vez que percebo uma luz ao fundo. É fuga, o tempo todo , é fuga intercalada por períodos de reconhecimento – suavizada, então, mas ainda fuga. E eu agora sei que quero ser eu mesmo. Com tudo de mau que isso possa implicar – e não creio que seja muito. Mas não me iludo. Sei que, mesmo não sendo mau, fácil não será. Mas estou disposto a correr o risco. É preciso agora concretizar a idéia. Tira-lá dos limites do pensamento, arranca-lá apenas do papel e torna-lá um pedaço de mim, decisão encravada em seu corpo. Não sei como fazer, mas sei que o farei. Hoje, amanhã ou depois, eu o farei."

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011


Um sonoro “não” e o polígrafo confirmou: ele disse a verdade. “Não” foi a resposta de Juca Chaves quando Sílvio Santos perguntou se ele trairia sua esposa mesmo que ela não tivesse como descobrir. Não, ele não trairia. Juca Chaves teve o aval do polígrafo, “a máquina da verdade”, e a aclamação velada do público. Fidelidade é assunto careta para alguns, está fora de moda na tevê, mas, aposto, sem precisar de nenhuma pesquisa, que nove entre dez mulheres gostariam de ter um marido fiel. Nove. Chutando pra baixo
Fora das telas de tevê e das máquinas da verdade, as mulheres ainda querem fidelidade. As mulheres ainda acreditam em promessas de xampus caros e homens baratos. Compramos sonhos, promessas, juras de amor eterno. Dizemos que os homens são todos iguais, mas queremos escolher a dedo. E, na verdade, nós, mulheres é que somos todas iguais. Seguimos um padrão de beleza (ou nos frustramos por não estar no dito modelo). Compramos xampus de noventa e seis reais com o rótulo em francês e uma linguagem inventada que diz: Masquintense. Acreditamos na pró-vitamina, nas ceramidas, na queratina e em todos os outros nomes tirados de traz da orelha dos publicitários como ceraflash, cera liss system, serum-reparador e uma lista sem fim. Acreditamos simplesmente porque queremos acreditar. No fundo, sabemos que rótulos e nomes estranhos em línguas não identificadas são criados por publicitários. Acreditamos em creme-anti celulite, em remédio para emagrecer em duas semanas, em cara-metade ou no amor das nossas vidas. Acreditamos no pra sempre que nunca se acaba, ao contrário do que dizia Renato Russo. Fazemos planos de encontrar a pessoa certa. Casamos com votos de até que a morte nos separe. Exigimos exclusividade, fidelidade, sinceridade, transparência, respeito, cumplicidade. A lista é extensa e, nesse ponto, somos todas iguais.
Confesso que me deu uma pontinha de inveja da esposa do Juca Chaves. Quer declaração de amor maior que essa, em rede nacional? Eu não faria mesmo que minha esposa jamais fosse descobrir. Pra mim, essa é a verdadeira fidelidade. É a fidelidade da intenção. É simplesmente não ter vontade de fazer. Não apenas ser fiel porque alguém vai ficar sabendo, porque respeito meus filhos, porque sou um cara casado. Não. É porque não tenho vontade. Caraleo! É por isso que todas nós, mulheres, esperamos (sentadas). Esperamos que a gente não precise pedir, implorar, obrigar. Ninguém é obrigado a namorar, a casar e a ficar junto. Ficamos porque queremos. Namoramos, juntamos, casamos pra garantir exclusividade. Aliança, coleira ou gps não são garantia de nada e sabemos muito bem disso. Então, a única garantia que temos é a intenção do outro.
Eu sei que muita mulher toma chifre e finge que não vê ou simplesmente não liga . Mas to dizendo de mim e da maioria das mulheres que conheço. A mulher que não quer dividir o cara que tem dentro de casa, a mulher que não quer homem chegando de madrugada com cheiro de perfume barato, a mulher que abomina o estilinho Reginaldo Rossi de ser. Foi-se o tempo em que as mulheres ficavam em casa fazendo tricô enquanto seus maridos boêmios comiam putas no centro da cidade. Hoje, mesmo ainda acreditando em promessas de homens e xampus, somos independentes, somos livres pra fazer nossas próprias escolhas, somos pouco tolerantes e sabemos muito bem o que queremos. Queremos alguém para quem fidelidade não é obrigação, é uma escolha.