Já
acreditei em bicho-papão, em monstro, em homem do saco, em bruxa. Já
acreditei em sapo, em príncipe encantado, em alma gêmea, em amor eterno.
Hoje eu acredito apenas na verdade. É que acho que cada um tem um jeito
de ser e de amar e não podemos lutar contra isso. Não dá pra passar a
vida toda idealizando, querendo trocar o outro, sonhando, com o pé na
nuvem e o coração na mão.
Se
eu gosto, gosto como você é, mesmo que você seja chato de vez em
quando. Se eu quero, quero mesmo, mesmo que todos digam para não querer.
Ainda acho, perdoe o romance barato, que existem amores que duram toda a
vida. São raros, mas existem.
Tem
gente que insiste e quer ver aquele amor que nem existe durar pra
sempre. A gente tem que enxergar as coisas como elas são: algumas coisas
duram, outras não. E se a gente quer que dure deve cuidar para que isso
aconteça. As relações andam vazias demais, quase superficiais. As
relações andam com grades, as pessoas viraram prisioneiras. O amor tem
que ser livre. Para amar você precisa respirar. Junto, é claro. Mas
primeiro separado. Você vem antes, o outro depois. E isso não é egoísmo,
é necessidade.
(Clarissa Corrêa)