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quarta-feira, 1 de maio de 2013



Hoje, por exemplo, resolvi ficar o dia inteiro sem fazer nada. Quero o telefone fora do gancho. O celular desligado. Folhas rabiscadas. E algum chocolate. Nós, mulheres, temos direito a mais neuroses e doces por motivos biológicos. Temos autorização universal para sermos complicadíssimas e continuarmos interessantes até para nós mesmas. (Sabia?).
Mas o que eu quero mesmo que você saiba é que minha vida é muito maior que meu dia. E isso me traz uma angústia enorme. Sinto que as horas passam depressa demais sem que nada de especial seja feito. Talvez – eu disse talvez – eu precise aceitar que essas simples horas me trazem o que necessito para um não-sei-o-quê que me move. Um não-sei-o-quê que eu intuitivamente sei o que é, mas que me nego a dizer com medo de deixar de ser, como por encanto.

Eu não tenho muitos medos. São poucos, acredite. Às vezes me sinto forte, às vezes me sinto frágil. Mas tenho dentro de mim a coragem de acreditar. Não é bom sentir isso? Li uma vez que a palavra CORAGEM vem da mesma COR que forma CORAÇÃO. Não é bonito isso? Agora sim! Temos a cor dentro da gente. A COR da CORAGEM. A COR do CORAÇÃO. Não pense – com isso – que eu ando atrás só de “belas coisas”. Eu quero qualquer coisa desconexa, contraditória, insegura, ambígua, não tem importância. Desde que seja sua. As definições exatas e perfeitas não me satisfazem. Já disse. Eu não sou assim.

Se, depois de ler tudo isso, você não disser nada, não tem importância. Se você não diz é porque há muita coisa dentro de você. Mas isso eu já sei. Peço então que me estenda a mão.

Pode ser?

(Fernanda. M)

2 comentários:

  1. Oi, Mosane! Você foi muito feliz na escolha para a postagem. A Fernanda mandou muito bem. Parabéns por isso! Com tempo, deixe sua impressão no meu http://jefhcardoso.blogspot.com Ficarei honrado!

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    1. Olá Jeferson. Gosto muito de tudo que Fernanda escreve. Já estou seguindo o seu.

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