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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

 
 
Trocamos olhares por algumas horas, ele estava encostado num canto do balcão observando a noite, enquanto eu afogava as magoas entre um drink e um riso com as amigas, a vida andava conturbada e sem graça.

Enquanto ele me fitava com aqueles olhos sedutores, eu imaginava como seria se levantasse dali e fosse até ele, mas estava sóbria minha melancolia ainda não tinha domado meus sentidos. As horas se passaram pessoas bonitas e sorridentes indo e vindo e eu ali a espera de uma solução divina para o vazio que me invadia.

Eis que sinto um leve toque no meu ombro e ao virar sou engolida por aqueles olhos pretos, um sorriso encantador que iluminou minha alma, todo educado pediu licença e sentou-se ao meu lado, sou o José ele disse eu apenas sorri. Conversamos por horas, parecia que o conhecia há anos, sabe quando a pessoa gosta das mesmas coisas, sorri por qualquer besteira, vê o futuro da mesma maneira louca que você, pois é....


Não vimos o tempo passar e quando demos conta o barzinho já estava vazio, contava apenas com alguns casais apaixonados pelos cantos. Apesar de ser um desconhecido aceitei a carona de José, minha mãe que não nos ouça, a rua estava deserta, também já era madrugada e a noite estava agradável demais para ficar no carro, resolvemos descer, sentamos na calçada e passamos a observar as estrelas que iluminavam o céu.

A noite não tinha fim e entre um pedido e outro a luz da lua um beijo então aconteceu – doce, macio, foi como musica para meus ouvidos, meu coração entrou em colapso, quase tive um treco ali mesmo.

José se foi prometendo ligar, entrei em casa e eu estava cheia de luz, nada de solidão, o vazio tinha ido embora e tudo o que mais queria era dormir para poder encontrar novamente com os olhos pretos que me fizeram transbordar...

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